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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

FILHO(S)

Aposto o que quiser com você, leitor(a) que é SEMPRE assim:

[tá solteira] Essa menina aí não vai namorar? Vai ficar encalhada!
[aí começa a namorar] Não vão casar não?? Quem enrola demais assim...
[aí casa] E os filhos? Não tá na hora não?




Não. Não tá na hora não.
Sabe quando vou ter filhos? Só quando Deus quiser!

Veja minha gente... vou contar um "causo" procês...
Não é que nunca pensei em filhos. Pensei, claro (tanto é que evitamos por um booom tempo...). Mas também pensei em viajar o mundo, pintar o cabelo de rosa, colocar silicone, virar hippie e vender artesanato na Ilha do Mel... (não tudo junto!)

Quando completamos 1 ano de casados, não recordo o motivo, mas dei uma bobeada no antibb. A menstruação atrasou e eu logo achei que tinha acontecido! Pirei! Eu com emprego recente, com prestação do apartamento, com mudança pra Manaus indefinida, fiquei apavorada! Meldels, e agora!!!
Fiz um teste de farmácia e tava lá, a listrinha cabulosa! Tão transparente que só eu vi!
Ok. Sem apavoro (#todosgrita). Vamos pensar racionalmente na coisa (#deitanabr).
Esperei mais uns dias, repeti o teste... negativo. Pra ter certeza, um exame de sangue: negativo.
(ainda é um mistério o primeiro teste ter dado positivo.)

Algo mudou conosco. Pensamos sobre, refletimos. Decidimos então tentar! 
Mais um mês. atraso. negativo. choro. frustração. novas tentativas. atrasos. negativos. choro. depressão. pânico. cobrança. internet. pesquisa. remédios. médicos. exames. choro. stress. Ahhhhh!!!!

Assim foi por um bom tempo, até que descobri um probleminha: SOP*.
Pra conseguir engravidar teria que fazer um tratamento longo, baseado em hormônios, tabelas, namoros programados, exames invasivos, etc...

Por isso me dói tanto ouvir: e aí, não quer filhos??
Não minha gente... não quero. Não assim.
Não quero de novo transformar meu casamento em algo programado, ter dia certo pra namorar, ficar fissurada em dias de medicamento, dias de exame, dias de espera, fazendo da vida do meu marido um inferno. Só faltou fazer tabelas em excel e analisar estatísticas. Não, não faltou.
Como uma grande amiga minha disse: filhos são pra se curtir, ser algo prazeroso. Stress pra engravidar só confunde tudo, cansa, chateia as coisas (né Lene?)

Voltei com o antibb. Se Deus quiser, eu gerarei filho(s). Se Ele não quiser, eu tenho minha cã, terei outras cãs, adotarei, sei lá. O que não vou fazer, NÃO ME PERMITO! é viver em função disso, ou me condenar o resto da vida se isso não acontecer.
É possível ser feliz sem filhos, sabem? O mundo mudou. Ninguém mais se casa por obrigatoriedade, nem fica no emprego que não quer, nem tem filhos por pressão. As pessoas se realizam com outras coisas além de filhos, pessoal! (se não, deveriam)
Acho lindo, maravilhoso as pessoas que tem filhos! Acho respeitoso, pois se hoje em dia filhos são uma opção, essas pessoas optaram por se doar (e não venham me dizer o contrário, pois há que se doar pelos filhos). Só que se não acontecer para nós, que vou fazer? Me lamentar? Me jogar no poço? Largar tudo, virar hippie, fazer artesanato e morar na Ilha do Mel?

Estamos vivendo, progredindo, com planos futuros, queremos viajar, trabalhar bastante! Fazer cursos, encher a cara, se divertir!, (e fazer compras, no maior estilo "workshop"! O Gus work e eu shop, porque ninguém é de ferro!)

Mas POR FAVOR!!! Parem com essa chatice de "não vai ter filhos?" "porque não?"  "é só relaxar que você consegue!"(essa última é a pior!!!)  
E parem não só comigo, mas com todo mundo! Se as pessoas ainda não tem filhos, é porque ainda não é hora e a vida alheia não te interessa (porque se interessasse elas mesmas te contariam, tendeu?

Bebeijos,
Alyne
(que tolera perguntas chatas, mas que o-dei-a quem insiste no assunto)

*SOP: síndrome dos ovários policísticos. Bem resumidamente, os óvulos não "amadurecem" e ficam lá nos ovários, fud***o tudo, e não deixam os peixinhos chegarem onde precisam! Leia mais aqui.

5 comentários:

  1. AMEI! Que fofa, que madura, que bom que você conseguiu chegar a essa conclusão assim tão rápido e quase de maneira indolor. Quase, né amiga... Porque dói horrores e só a gente sabe o quanto e de que maneira. Dá uma passadinha lá no meu blog, tem tanta coisa sobre isso tudo e mais um pouco... Se tiver "pacência", passa lá: http://tobege.wordpress.com. Bjinhos e sinta-se abraçada bem com força.

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  2. Ah fofa, nem sabia que vc tinha blog!!! Eu lembrava do falecido baticabelo!
    Beijão!!!

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  3. Adorei o texto! E como você me conhece bem, adoro fazer um paralelo com situações que vivi ou que me contaram e fazem parte da minha história, hehehe. E de praxe vai um pequeno pergaminho para contribuir com suas reflexões. Meus pais contam que tiveram certa pressão dos outros para terem filhos logo no primeiro ano de casamento, isso na sociedade carioca de meados dos anos 1980, o que eu achava um absurdo. Mas pelo jeito, a intromissão na vida alheia irá continuar por um bom tempo e certos comentários surgirão sem pensarem duas vezes.
    Vou relatar algumas coisas de dentro da minha família que pode servir como exemplo de vida, ou pelo menos contribuir para nossa metamorfose ambulante. A madrinha da minha mãe, que faria 99 anos em outubro, teve que abrir mão de se casar por ter problema de desenvolvimento no útero, e se conformar pelo resto da vida a ser solteira, mas foi uma decisão dela de ter rompido o noivado. Aliás, não podemos dizer que foi uma decisão exclusivamente dela, mas sim uma decisão "incubada" da sociedade na época, a mesma que diz que a felicidade plena é chegar ao modelo de comercial de margarina. Ela jamais seria feliz, estaria condenada à tristeza eterna por não ter filhos, mas apesar de tudo, foi muito feliz. Já a minha madrinha, a irmã dela (madrinha da minha mãe), 5 anos mais nova, foi um pouco mais ousada por se casar aos 37 anos com quem iria ser meu padrinho, 18 anos, em 1955. Não bastasse a diferença de idade, minha madrinha também tinha o mesmo problema no útero, mas meu padrinho não ligou, quis se casar mesmo assim por amor. Parece enredo de novela ou de um bom romance, mas é a vida real, e nada disso impediu que eles fossem muito felizes! Além disso, elas e sua mãe deram um lar para minha avó, que foi para o Rio quando tinha apenas 13 anos, a trataram como se fosse da própria família. Diferença de cor da pele (minha avó era negra) e falta de laços de sangue não impediram que se criasse uma família de verdade. Meus tios também eram afilhados dos meus padrinhos, e todos foram tratados como filhos. Nos momentos difíceis de doenças e nas inevitáveis passagens, meus tios e minha mãe que seguravam a barra e estavam presentes mais que quaisquer sobrinhos ou primos, mais até que os irmãos de sangue. Escrevi isso tudo para dar um exemplo que a felicidade não está no que os outros acham que é válido, bom ou bonito, ou convencional. Isso é o que eles acham e talvez nem seja o que fazem. Cada um tem seu tempo para se casar e ter filhos, ou quem sabe nunca queira fazer nem uma coisa, nem outra, pode perfeitamente se realizar de outras maneiras.

    Leandro Ferreira

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    1. Ai que lindo, Lê!!! Dava uma novela mesmo, hein! Pois é, meu amigo, é inaceitável que hoje em dia, com o mundo completamente diferente do que era, ainda se tem cabeça fechada em se viver conforme preceitos instituídos. Mas vamos lá! O importante é ser feliz agora! o futuro a gente deixa pra depois!
      beijo, queridão!

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  4. Alyne, minha cunhada tmb teve SOP, fez o tratamento, nada fora do normal, sem estress, e chegou a parar com a medicação em novembro pq iriamos pros EUA em fevereiro.
    Qual não foi nossa surpresa, 1 semana antes da viagem descobrimos q ela está gravida. Adia viagem, faz exames, tudo ótimo.
    Nesse momento eles estão voltando dos EUA pq foram fazer enxoval, e ai vem o Léozinho lindo da tia babona.
    O q quis dizer: relaxa, se for fazer o tratamento, pense q é para eliminar os cistos e não engravidar. Se for para acontecer, no tempo certo Deus providencia

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